J…
K…já era. Não há pachorra para a Kiki
L…Lara…com namorado.
L…Leonor…a trabalhar em Londres.
L…Liliana…só de pensar naquela deusa, as veias tremiam…não atende!
L…Lurdes…hum, longe.
M…aquela amiga da Ju, a Maria…volto ao J de Ju…
-Romeu meu querido, péssima altura para me ligares, estou aqui com um pedaço uns bons dez anos mais novo que tu…que vigor!
-Menos Ju…
-Não tem a tua imaginação, muito menos a experiência…mas tem potencial!
-Dispenso os pormenores…
-Já te ligo meu querido.
-Mas Ju eu só…
-Eu sei o que tu queres…espera que já te ligo.
E desliga o telemóvel. Trocado e ignorado…isto é péssimo para o meu ego.
Volto ao M…
Uma mensagem da Ju com um contacto e liga logo de seguida.
-Era isso que querias?
-O contacto da Maria?
-Sim…
-Como é que sabias?
-Já estava aqui a pensar que devias de estar doente…ou que te tinha acontecido alguma coisa, desde que ela me contou o vosso estranho encontro no supermercado que tenho estado à espera que me ligues a pedir o número dela.
-Pois…foi constrangedor!
-Imagino! Como eu gostava de ser uma mosquinha e ter assistido a tudo!!! Pelo que ela me contou tu ficaste com uma cara...
-Até me caiu mal o jantar!
-Tu és demais, provocas as situações e depois não queres assumir as responsabilidades. Também ouvi dizer que estiveste em Barcelona…
-É…andas bem informada! Olha...não estavas ocupada?
-Ai! Está a recuperar para o terceiro round!
-Não me faças isso, já me bastou o que aconteceu ontem…
-Não queres falar disso?
-Nem pensar…
-Então fala-me de Barcelona, constou-me que tiveste um pequeno quid pro quo com o Ferran por causa da assistente dele!
-Nada de mais, está resolvido…
-Tu não tens emenda, não resiste a um rabo de saias…eu não te encho as medidas Romeu?
-Lamento desapontar-te Ju, acho-te fantástica, uma delicia…sexo contigo nunca é monótono, mas mesmo assim eu preciso de mais…
-Eu já conheço essa cantiga, escusas de gastar o teu belo latim comigo…depois conta-me como correu com a Maria…quero saber tudo!
-Se não contar ficas a saber na mesma…
-Sabes que sim!
Escrevo uma mensagem a perguntar se será muito tarde para a convidar para um café ou algo mais substancial, assino Romeu dos congelados! A resposta tarda mas chega, dando-me a informação de que a probabilidade de sexo num primeiro encontro é de um num milhão! Envio uma segunda mensagem pedindo que refaça os cálculos probabilísticos para segundo encontro, e que entre em conta com o facto de estar um passo à minha frente, e de saber mais sobre mim do que eu sobre ela!
Ela liga: -queres mesmo os cálculos ou preferes ir ter comigo onde eu te disser?
Chego um pouco mais cedo, combinamos tomar um copo, sento-me ao balcão enquanto espero acompanhado de um whisky e deixo-me perder entre a música agradável que se ouve e o ar antigo e sério do espaço. Ela chega, e passa os olhos pela sala. Levanto-me e vou ao seu encontro.
-Reconheci-te mais facilmente nos congelados do que aqui…Confessa com olhos brilhantes.
-Desfiz a barba!
-Deve ser isso… E caminha em direcção a uma mesa, dando-me possibilidade de a apreciar curva por curva, bem definidas num vestido curto, sem alças, ombros nus de pele clara, em contraste com o escuro azul do tecido. Bamboleia-se à minha frente, sabe perfeitamente para onde estou a olhar.
Saltita a gazela feliz, no meio do capim alto, longe de imaginar que esse mesmo capim esconde um leopardo que saliva o cheiro que ela liberta!
Escolhe uma mesa ao fundo, ladeada de poltronas distantes, com o propósito de me manter no limite. E cruza as pernas, deixando um delicioso joelho pendente…mas eu tenho tempo. Conversamos e bebemos probabilidades, congelados, sexo e muito mais. Lentamente solta-se, distrai-se daquele ar sério, molha os lábios com sardas passando neles a língua.
O leopardo aproxima-se de corpo colado ao chão, espera pacientemente pela presa.
-Já é tarde, amanhã é dia de trabalho. Acompanho-a ao carro e aproveito o momento certo em que não tem por onde fugir, encurralada entre o carro e o meu corpo, levo a mão ao seu pescoço, gestos firmes mas suaves, e beijo-a. Primeiro com um beijo tímido testo a reacção dela, depois um outro mais elaborado e à terceira entra a língua.
A gazela presente o perigo, ainda tenta correr pelo capim, mas o leopardo salta sobre ela, prendendo-a com as garras e uma dentada penetra fundo no pescoço.
-Para minha casa? Pergunta. Limito-me a entrar no carro e a deixar que me conduza, sem que os meus dedos se ausentem dela, do ombro nu e através do decote, do joelho até ao interior da coxa.
Não tinha planeado a minha presença no seu apartamento, no seu espaço intimo. Sinto-a nervosa sob os meus dedos, sussurro ao ouvido que lhe vou dar prazer e desaperto-lhe o vestido que lhe cai aos pés. Afasto-lhe o cabelo do pescoço e a minha língua passa maliciosa descendo vértebra por vértebra, até ao limite da única peça de lingerie. Pela frente os meus dedos conquistam o território, foram descendo e contornando e encontram-na quente e húmida quando a penetram.
Desaperto a camisa, quero que ela me sinta, quero que ela me toque e pego-lhe na mão trazendo-a em direcção ao meu peito, ela reage como se a minha pele queimasse, mas depois como se ficasse pressa a mim. E desaperta-me as calças, sinto que ganha confiança, as mãos procuram-me e depois a boca, primeiro na minha boca e depois o resto de mim.
Deixo os braços cobertos de sardas com um beijo no ombro. Ainda não se fez dia e mal me encontro na rua acendo um cigarro. Tenho de deixar este vício.
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