terça-feira, 28 de junho de 2011

Costa Brava I

Na noite anterior tinha conseguido dissuadir Ferran, desculpando-me pelo cansaço da viagem e do acumular de horas sem dormir. Mas hoje não tinha desculpas e a contrapartida era deixa-lo decidir para onde íamos depois do jantar. Desta vez éramos só três, eu, Ferran e Jurgen, o austríaco! Petr o ”tcheco” foi operado e mandou a secretária no seu lugar, com o aviso de eu me manter a uma distância mínima de 3 metros dela. Do novo grupo de reuniões também faz parte uma americana, mas as senhoras não são convidadas para o serão nocturno.
Percorremos as ruas sempre vivas da cidade, as Ramblas iluminadas, cheias de corpos calientes.
-Bagdad não por favor! Suplico a Ferran, que ri como um idiota.
-Como é que conheces o Bagdad?
-Foste tu que me levaste lá cabrón, já não te lembras?
-Qual o problema do Bagdad? Pergunta o austríaco. Ferran continua a rir enquanto nos afastamos dos limites luminosos do néon do Bagdad. Nenhum dos dois responde, é dos clubes de strip mais deprimentes em que já entrei. Ferran promete um sítio com classe, um misto de discoteca e clube de strip, e ainda umas amigas especiais para apimentar a coisa.

A disco está apinhada, a música bem alta deixa os sentidos atordoados, e nem reparo nas raparigas que dançam quase despidas e nas empregadas quase vestidas! Ferran fala-me ao ouvido que a morena é para mim, e entrega-me uma chave de um dos quartos do segundo andar. Devolvo-lhe a chave.
-Não recuses antes de a ver!
-Não estou interessado…
-Tás doente?
-monogâmico…
-isso pega-se?
-se te beijar é possível!
-maricon de mierda!!! Sorri e dá-me uma palmada nas costas.
–Não leves a mal Romeu, até és um homem bonito, mas não gosto de barba!
-não é isso que dizes quando tens a minha verga na boca! Cabezona!!!
-Pendejo!

Jurg não entende nem uma palavra, e é melhor assim, um germânico não consegue compreender este tipo de linguagem muito própria entre dois machos latinos!
-Mas faz-me um favor Romeu, sê simpático com a rapariga, bebe um copo, conversa um pouco…
Elas já estão numa mesa redonda sentadas num sofá preto em semicírculo, a morena levanta-se e ri para mim, mas o sorriso não dura muito quando Ferran lhe entrega a chave e fala qualquer coisa. Com um ar mais sério espera agora que lhe sirva uma taça de champanhe, começo pela loira platinada sentada junto a Jurgen, depois sirvo a outra rapariga que se encontra entre a loira e Ferran e por fim a morena com os olhos brilhantes mas tristes. Só depois os cavalheiros e deixo-me ficar para o fim, batendo com o meu copo no dela antes de beber. Ela recupera o sorriso, mas só nos lábios.

Tentamos conversar um pouco, o barulho não dá para muito, e o meu espanhol está longe de ser perfeito! Ficamos sem jeito quando os outros se levantam e nos deixam sozinhos, o sorriso volta a desaparecer e a ficar condizente com o olhar. Pergunto se quer fumar um cigarro, ela aceita o convite. Perto do bar existe uma zona aberta que dá para um pátio com uma pequena queda de água iluminada, sentamo-nos na pedra que acompanha a água. Hoje não chove. Recusa o cigarro, diz que lhe sabe bem aquela pausa do barulho e do ar quente, e pergunta se não a acho interessante.
Explico que recusei a lapdance privada antes de a ver, por isso a minha decisão nada tem a ver com o facto dela ser interessante ou não, mas depois rematei dizendo que a achava muito bonita, com um corpo fantástico, muito sensual.
-Ferran disse que ias adorar…!
-E adoro, mas neste momento não estou interessado.
-aceita a lapdance por mim! Deixa mostrar-te como sou boa no que faço.
-Desculpa, mas não estou com espírito para isso…
-Por favor! Sou uma profissional, vou ficar com a sensação que falhei, que sou incompetente! O teu amigo já pagou, mas se calhar nunca mais volta a pedir os meus serviços…compreendes?
Compreendo e apago o cigarro.

Subimos pelo elevador até ao segundo andar sem trocar um olhar ou uma palavra, o quarto era pequeno, com casa-de-banho, cama e uma poltrona onde ela pede para eu me sentar. Há uma aparelhagem onde liga o mp3 e escolhe umas músicas. O ambiente à meia-luz deixa-me quase na escuridão, e começa a dançar com movimentos lentos e lânguidos, bem na minha frente, no meio das minhas pernas, tocando-se no peito e nádegas através da roupa, roçando nos meus joelhos ao de leve. Depois tira o top curto e continua a tocar-se, até ficar com os bicos bem destacados. Curva-se de costas para mim, as calças justas fazem sobressair um traseiro fantástico que ela rebola ao som da música e faz descer pelas pernas as mãos, tocando de novo as nádegas e terminando o percurso passando a mão pelo meio das pernas.
Senta-se no meu colo, roçando devagar no meu membro já duro e levanta-se de novo para desapertar as calças, baixando-se para as tirar, deixando apenas um minúsculo fio dental. Volta a subir apoiando-se nas minhas pernas, inclinando o corpo em direcção a mim, quase roçando o peito, e os lábios abertos num sorriso param junto dos meus e pergunta se estou a gostar, digo que sim, mas nem era preciso porque se nota.
Senta-se na perna e coloca o pé na minha outra perna como se fosse um estribo, tira a calcinha e mete dois dedos dentro dela, e satisfaz-se assim apoiada em mim, enquanto me limito a observar. Volta a sentar-se no meu colo, apoia as mãos nas minhas pernas e faz pressão contra mim, roça-se num movimento continuo. Coloco-lhe a mão no ombro, dando indicação para parar. Ela vira-se e pergunta se quero mais alguma coisa.

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