sexta-feira, 27 de maio de 2011

Mambo "vertical"

Uma a duas vezes por ano, o nome dela surge no telemóvel. Está no Porto, mas apenas por uma noite. aquela voz sensual diz que me quer ver num inglês com um ligeiro travo a leste. O hotel é sempre o mesmo. Faço-me anunciar na recepção e espero por ela no bar, uns minutos depois aparece, é quase sempre assim que começa. Tomamos um copo, trocamos uma ou outra novidade, nunca fugindo muito ao tema trabalho. Não há compromissos, não há palavras doces, nem preliminares. Subimos para o quarto dela e fodemos. Mas hoje não, hoje ela quer sair, quer sentir o frio da cidade, quer ver as luzes que iluminam o granito. Vamos, leva-me a um sítio interessante. Diz, enquanto passa a mão pelo meu cabelo. Nunca o fez antes, pelo menos em público. Sempre que a faço vir com a língua e o cheiro dela fica impregnado em mim até aos ombros, agarra-me pelo cabelo, puxa-me para ela, até atingir o clímax e a respiração descontrolar, e depois empurra-me num gesto brusco.
Tomamos um café com vista para as caves e depois passeamos junto ao Douro que corre denso e negro. A noite está fria mas não assim tão fria para que ela se encoste a mim passando o meu braço por cima dos seus ombros. A proximidade dos nossos corpos intensifica o desejo de nos consumirmos, e mais ainda quando paramos para contemplar a beleza da ponte, e os meus dedos encontram a sua pele nua por baixo da camisa. Beijamo-nos, ela sente a minha virilidade de contra o ventre, pede a urgência de um canto escuro…e quantos cantos escuros têm o velho Porto! Tomo-a contra a parede, suspensa a perna no meu braço, rápido e bruto. Terminado o coito, levo-a de volta ao hotel, despedimo-nos com um beijo na cara. Até qualquer dia Romeu! Diz-me, com um sorriso nos lábios.

Sem comentários:

Enviar um comentário